O PERIGO NAS ESTRADAS BRASILEIRAS:O PAPEL DOS EXAMES TOXICOLÓGICO NO CONTROLE DE MOTORISTAS PROFISSIONAIS
Perigo nas Estradas: O Papel dos Exames Toxicológicos no Controle de Motoristas Profissionais
As estradas brasileiras são palco de inúmeras tragédias diárias, muitas delas causadas por motoristas sob efeito de substâncias psicoativas. O uso de drogas para suportar longas jornadas ao volante não é novidade, mas a fiscalização tem se intensificado nos últimos anos, principalmente com a exigência dos exames toxicológicos para condutores de categorias C, D e E.
Exames toxicológicos: como funcionam e por que são necessários?
O exame toxicológico identifica o uso de substâncias como cocaína, maconha, anfetaminas e outras drogas com até 90 dias de antecedência. Ele é obrigatório para a obtenção e renovação da CNH dessas categorias, além de ser exigido periodicamente para motoristas que exercem atividade remunerada.
Diferente do teste de bafômetro, que mede a presença imediata de álcool no organismo, o toxicológico busca vestígios de drogas em amostras de cabelo, pelos ou unhas. Isso impede que um motorista consiga "driblar" o exame apenas esperando algumas horas ou dias para que a substância saia do sangue.
O problema do "rebite" e seus perigos
Entre os motoristas de caminhão, o uso de rebites – nome popular das anfetaminas – ainda é uma realidade. Esses estimulantes são utilizados para afastar o sono e aumentar o estado de alerta, permitindo que os condutores dirijam por mais tempo. No entanto, o uso contínuo gera um efeito perigoso: além da sobrecarga física, a abstinência pode causar alucinações, agressividade e lapsos de consciência. Em outras palavras, um motorista que depende dessas substâncias é uma bomba-relógio nas rodovias.
Controle e fiscalização: há rigor suficiente?
A fiscalização dos exames toxicológicos ainda enfrenta desafios. Muitos motoristas simplesmente ignoram a exigência, e as penalidades, como multas e suspensão da CNH, nem sempre são aplicadas com eficiência. Além disso, há um problema grave: laboratórios fraudando resultados ou motoristas usando métodos ilícitos para burlar os exames.
A Polícia Rodoviária e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) realizam fiscalizações pontuais nas estradas, mas a frequência e a efetividade dessas ações são questionáveis. Para piorar a situação, mais de 73 mil motoristas estão com suas carteiras vencidas e/ou sem o visto obrigatório do exame toxicológico, o que significa que muitos profissionais seguem dirigindo ilegalmente e sem o controle adequado das autoridades.
Conclusão: um problema que exige mais atenção
Os exames toxicológicos são uma ferramenta importante para garantir a segurança nas estradas, mas ainda há um longo caminho a percorrer. O uso de drogas no volante é um problema estrutural que envolve desde a falta de fiscalização até a precarização do trabalho dos caminhoneiros, que muitas vezes se veem obrigados a rodar sem descanso para cumprir prazos apertados.
Se a segurança nas estradas é uma prioridade, é essencial que as leis sejam aplicadas com mais rigor e que haja maior investimento na conscientização e no bem-estar dos motoristas. Caso contrário, seguiremos convivendo com tragédias evitáveis e vidas perdidas por irresponsabilidade e negligência.
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